Cheguei em casa, já era tarde; quando vi
aquela caixa naquele mesmo lugar, estremeci. Sim, outra caixa preta havia sido
entregue. Eu a peguei rapidamente e me dirigi para dentro de casa, afinal, se o
que eu imaginava estivesse certo, as coisas que alguém estranho me enviava
estariam diretamente direcionadas ao que os mascarados iriam tentar fazer
contra Clara.
- Onde você estava? – meu pai
pergunta quando me vê abrindo a porta.
- É complicado. – respondo escondendo
a caixa na medida do possível.
- Tenho tempo para ouvir.
- Pois eu não, amanhã tenho aula e
já é tarde, portanto boa noite. – corro para o meu quarto e tranco a porta.
Abro a caixa mais uma vez, algo
estava envolto a um pano branco, e dentro do pano encontrava-se outra boneca,
uma boneca idêntica a anterior, porem desta vez, um dos dedos da mão esquerda
da boneca estava quebrado.
- Meu Deus! – falei ao perceber do
que se tratava. Será que tudo que fosse feito a estas bonecas seriam feitos a
aquela garota? Eu não podia deixar isso acontecer.
Acordei mais cedo no dia seguinte a
fim de ir na casa de Clara para ver se tudo estava bem, quando abri a porta me
deparo com um rapaz de cabelos castanhos e olhos de mesma cor concertando uma
das cercas que decoravam a parte de fora de casa.
- Bom dia. – ele me cumprimenta.
- Bom dia. – eu falo um pouco
envergonhada, afinal de contas porque ele estava fazendo aquilo e ainda por cima
sem camisa?
- Não se preocupe, eu contratei ele
para ajeitar as coisas que estão estragadas aqui em casa. – meu pai aparece na
porta. – Porque está indo mais cedo?
- Decidi passear um pouco para
conhecer a cidade antes de ir pra escola. Eu como no caminho.
- Tudo bem. – meu pai responde, mas
pude notar que ele conseguia enxergar que eu estava agindo de forma estranha.
Corro em direção à casa de Clara e a
vejo saindo.
- Clara, bom dia! Está tudo bem? – pergunto
ofegante.
- Sim, estou bem. Meu braço não está
doendo tanto hoje. Porque você está aqui?
- Bom... – fico apreensiva de falar a
verdade, afinal, o fato de estar recebendo bonecas que mostravam que poderiam
acontecer com ela era realmente assustador. – É que eu tive um pesadelo e vim
ver se estava tudo bem. Besteira minha.
- A, sim. Não se preocupe. Eu estou bem
melhor.
Caminhamos juntas rumo à escola,
estávamos em silencio quando não aguentei mais.
- Porque eles estão fazendo isso com
você? – pergunto.
- Os mascarados?
Aceno que sim com a cabeça.
- Eu não sei o porquê, mas tenho minhas
teorias. – ela abaixa a cabeça tristonha.
- E quais são estas teorias? – pergunto
quando vejo que Clara estava olhando para frente, assustada.
- Bom dia! – Ana nos cumprimenta, Abel estava
ao seu lado e assente com a cabeça.
- Co-com licença. – Clara sai dali quase
correndo.
Olho para aquela cena e sinto um aperto
no peito, que teoria era aquela? E porque ela teve tal reação ao ver Ana e
Abel? A cada minuto que se passava as coisas ficavam mais estranhas.
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