sábado, 28 de dezembro de 2013

Substituta_4


           Cheguei em casa, já era tarde; quando vi aquela caixa naquele mesmo lugar, estremeci. Sim, outra caixa preta havia sido entregue. Eu a peguei rapidamente e me dirigi para dentro de casa, afinal, se o que eu imaginava estivesse certo, as coisas que alguém estranho me enviava estariam diretamente direcionadas ao que os mascarados iriam tentar fazer contra Clara.
             - Onde você estava? – meu pai pergunta quando me vê abrindo a porta.
             - É complicado. – respondo escondendo a caixa na medida do possível.
             - Tenho tempo para ouvir.
             - Pois eu não, amanhã tenho aula e já é tarde, portanto boa noite. – corro para o meu quarto e tranco a porta.
            Abro a caixa mais uma vez, algo estava envolto a um pano branco, e dentro do pano encontrava-se outra boneca, uma boneca idêntica a anterior, porem desta vez, um dos dedos da mão esquerda da boneca estava quebrado.
             - Meu Deus! – falei ao perceber do que se tratava. Será que tudo que fosse feito a estas bonecas seriam feitos a aquela garota? Eu não podia deixar isso acontecer.
           Acordei mais cedo no dia seguinte a fim de ir na casa de Clara para ver se tudo estava bem, quando abri a porta me deparo com um rapaz de cabelos castanhos e olhos de mesma cor concertando uma das cercas que decoravam a parte de fora de casa.
           - Bom dia. – ele me cumprimenta.
           - Bom dia. – eu falo um pouco envergonhada, afinal de contas porque ele estava fazendo aquilo e ainda por cima sem camisa?
           - Não se preocupe, eu contratei ele para ajeitar as coisas que estão estragadas aqui em casa. – meu pai aparece na porta. – Porque está indo mais cedo?
          - Decidi passear um pouco para conhecer a cidade antes de ir pra escola. Eu como no caminho.
          - Tudo bem. – meu pai responde, mas pude notar que ele conseguia enxergar que eu estava agindo de forma estranha.
        Corro em direção à casa de Clara e a vejo saindo.
         - Clara, bom dia! Está tudo bem? – pergunto ofegante.
        - Sim, estou bem. Meu braço não está doendo tanto hoje. Porque você está aqui?
        - Bom... – fico apreensiva de falar a verdade, afinal, o fato de estar recebendo bonecas que mostravam que poderiam acontecer com ela era realmente assustador. – É que eu tive um pesadelo e vim ver se estava tudo bem. Besteira minha.
       - A, sim. Não se preocupe. Eu estou bem melhor.
       Caminhamos juntas rumo à escola, estávamos em silencio quando não aguentei mais.
        - Porque eles estão fazendo isso com você? – pergunto.
        - Os mascarados?
       Aceno que sim com a cabeça.
        - Eu não sei o porquê, mas tenho minhas teorias. – ela abaixa a cabeça tristonha.
       - E quais são estas teorias? – pergunto quando vejo que Clara estava olhando para frente, assustada.
       - Bom dia! – Ana nos cumprimenta, Abel estava ao seu lado e assente com a cabeça.
      - Co-com licença. – Clara sai dali quase correndo.
      Olho para aquela cena e sinto um aperto no peito, que teoria era aquela? E porque ela teve tal reação ao ver Ana e Abel? A cada minuto que se passava as coisas ficavam mais estranhas.

      



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