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Vocês viram? Aquela garota está aqui!
- De quem você está falando? Da garota
nova?
Eles falavam de mim, uma das vozes era
feminina e a outra, masculina.
- Droga! Eu não gosto dela! – a voz
feminina fala.
- Eu também não, o fato dela andar com
aquela vadia me da ódio! – outra voz masculina fala.
Cuidadosamente eu pego o meu celular e
deslizo minha mão para que a câmera do aparelho consiga ter foco para eu tirar
uma foto das três pessoas que estavam comigo no quarto, consegui tirar, e
apesar de estar embaçada, pude notar que se tratavam de Laís, Nicolas e
Marcelo. Seriam eles os mascarados?
- Aquela desgraçada! Vai acabar se
arrependendo! Temos que fazer alguma coisa para dar fim neste problema, aliás,
já cansei de joguinhos, temos que dar um jeito nisso o mais rápido possível. –
Laís fala irritada.
- O que acham de resolvermos tudo sábado à
noite? Vai ter um baile de máscaras, a atenção estará voltada totalmente para o
evento e assim poderemos agir sem correr riscos. – um dos garotos fala.
- Tem razão. Vamos aproveitar que as pessoas
estão no baile e finalmente... finalmente vamos acabar com aquela desgraçada! –
outro garoto fala furioso.
- Bom, então vamos voltar para a festa,
depois que os convidados forem embora nos reuniremos com os outros na casa de
Bárbara.
Então eram eles, o que eles falaram, as fotos
rabiscadas e a caixa preta provavam que eu estava certa. Também pude perceber
que não eram apenas três pessoas que estavam envolvidas, mas quem seriam os
outros? Bárbara com certeza era um deles, os outros seriam Matheus e Gabriel?
Bom, só tinha um jeito de saber.
O tempo passou e todos foram embora, eu
esperei do lado de fora escondida entre as árvores, a fim de conseguir seguir
meus suspeitos sem que pudesse ser notada. No final da festa, Laís, Gabriel,
Bárbara, Matheus, Marcos e Nicolas estavam parados em frente a casa quando mais
alguém chega. Era um rapaz, alto e forte, tive que forçar um pouco meus olhos,
mas quando percebi, uma imensa fúria cresceu em meu peito. Era Caleb.
Eles seguem juntos pela rua, eu os sigo
cuidadosamente até que eles param em outra casa que ficava no fim do segundo
quarteirão. Eles olham para os lados e entram na casa. Percebendo que o caminho
estava seguro, eu me dirijo para detrás do lugar. Felizmente a janela do
segundo andar estava aberta e uma grande árvore se erguia perfeitamente até
essa janela, sorte que eu tinha pratica em escalar árvores.
Subi nos galhos cuidadosamente, quando
cheguei à janela do segundo andar, peguei impulso e pulei para dentro, acabei
caindo de mau jeito e a queda provocou um estrondo. Imediatamente pude ouvir
alguém perguntando se os pais estavam em casa, e em seguida, quando não obteve
respostas, notei sons de passos correndo nas escadas e se aproximando cada vez
mais do lugar onde eu estava, corri para dentro de um armário e me fechei no
instante que a porta se abriu e a luz do quarto se acendeu.
- Deve ter sido só minha imaginação. Droga,
esse joguinho tá me deixando paranoica! – Bárbara sai do quarto e fecha a
porta.
Eu pude respirar tranquila por alguns
segundos, quando noto o que estava em minha volta. O armário guardava uma
incrível coleção de bonecas. Tirei algumas fotos do lugar e me dirigi para fora
do armário cuidadosamente, quando a porta do quarto onde eu estava se abre
novamente, eu fui flagrada por Gabriel. Ele corre em minha direção e me empurra
contra a parede, prendendo meu pescoço com seu braço. Eu estava sufocando, a
imagem a minha volta começou a ficar embaçada, minhas mãos se movem procurando
algo que possa me salvar, quando eu sinto algo afiado tocando minha pele. Era
uma lixa de unha.
Pego a lixa e com toda a força que me
restava, defiro um golpe no braço de Gabriel, sangue flui do rapaz, fazendo com
que ele me solte. Eu corro para a janela e pulo para a árvore, descendo-a
rapidamente. Minha tontura e pressa fazem com que eu caia cerca de um metro. Me
forcei a levantar e corri para aquelas ruas vazias com a lixa ensanguentada nas
minhas mãos.
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