quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Substituta_ 9

      - Vocês viram? Aquela garota está aqui!
       - De quem você está falando? Da garota nova?
       Eles falavam de mim, uma das vozes era feminina e a outra, masculina.
       - Droga! Eu não gosto dela! – a voz feminina fala.
       - Eu também não, o fato dela andar com aquela vadia me da ódio! – outra voz masculina fala.
      Cuidadosamente eu pego o meu celular e deslizo minha mão para que a câmera do aparelho consiga ter foco para eu tirar uma foto das três pessoas que estavam comigo no quarto, consegui tirar, e apesar de estar embaçada, pude notar que se tratavam de Laís, Nicolas e Marcelo. Seriam eles os mascarados?
     - Aquela desgraçada! Vai acabar se arrependendo! Temos que fazer alguma coisa para dar fim neste problema, aliás, já cansei de joguinhos, temos que dar um jeito nisso o mais rápido possível. – Laís fala irritada.
   - O que acham de resolvermos tudo sábado à noite? Vai ter um baile de máscaras, a atenção estará voltada totalmente para o evento e assim poderemos agir sem correr riscos. – um dos garotos fala.
  - Tem razão. Vamos aproveitar que as pessoas estão no baile e finalmente... finalmente vamos acabar com aquela desgraçada! – outro garoto fala furioso.
  - Bom, então vamos voltar para a festa, depois que os convidados forem embora nos reuniremos com os outros na casa de Bárbara.
  Então eram eles, o que eles falaram, as fotos rabiscadas e a caixa preta provavam que eu estava certa. Também pude perceber que não eram apenas três pessoas que estavam envolvidas, mas quem seriam os outros? Bárbara com certeza era um deles, os outros seriam Matheus e Gabriel? Bom, só tinha um jeito de saber.
  O tempo passou e todos foram embora, eu esperei do lado de fora escondida entre as árvores, a fim de conseguir seguir meus suspeitos sem que pudesse ser notada. No final da festa, Laís, Gabriel, Bárbara, Matheus, Marcos e Nicolas estavam parados em frente a casa quando mais alguém chega. Era um rapaz, alto e forte, tive que forçar um pouco meus olhos, mas quando percebi, uma imensa fúria cresceu em meu peito. Era Caleb.
   Eles seguem juntos pela rua, eu os sigo cuidadosamente até que eles param em outra casa que ficava no fim do segundo quarteirão. Eles olham para os lados e entram na casa. Percebendo que o caminho estava seguro, eu me dirijo para detrás do lugar. Felizmente a janela do segundo andar estava aberta e uma grande árvore se erguia perfeitamente até essa janela, sorte que eu tinha pratica em escalar árvores.
     Subi nos galhos cuidadosamente, quando cheguei à janela do segundo andar, peguei impulso e pulei para dentro, acabei caindo de mau jeito e a queda provocou um estrondo. Imediatamente pude ouvir alguém perguntando se os pais estavam em casa, e em seguida, quando não obteve respostas, notei sons de passos correndo nas escadas e se aproximando cada vez mais do lugar onde eu estava, corri para dentro de um armário e me fechei no instante que a porta se abriu e a luz do quarto se acendeu.
    - Deve ter sido só minha imaginação. Droga, esse joguinho tá me deixando paranoica! – Bárbara sai do quarto e fecha a porta.
    Eu pude respirar tranquila por alguns segundos, quando noto o que estava em minha volta. O armário guardava uma incrível coleção de bonecas. Tirei algumas fotos do lugar e me dirigi para fora do armário cuidadosamente, quando a porta do quarto onde eu estava se abre novamente, eu fui flagrada por Gabriel. Ele corre em minha direção e me empurra contra a parede, prendendo meu pescoço com seu braço. Eu estava sufocando, a imagem a minha volta começou a ficar embaçada, minhas mãos se movem procurando algo que possa me salvar, quando eu sinto algo afiado tocando minha pele. Era uma lixa de unha.

    Pego a lixa e com toda a força que me restava, defiro um golpe no braço de Gabriel, sangue flui do rapaz, fazendo com que ele me solte. Eu corro para a janela e pulo para a árvore, descendo-a rapidamente. Minha tontura e pressa fazem com que eu caia cerca de um metro. Me forcei a levantar e corri para aquelas ruas vazias com a lixa ensanguentada nas minhas mãos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário