sábado, 28 de dezembro de 2013

Substituta_3





       Peguei a boneca e subi as escadas indo em direção ao meu quarto, coloquei ela na cômoda que ficava de frete à minha cama e peguei um de meus livros e comecei a ler para me distrair um pouco. Algumas palavras, uma olhada na boneca, outras palavras, mais uma olhada. Aquele brinquedo me incomodava de alguma forma, por fim, joguei o livro pro lado, peguei a boneca e a joguei dentro do meu guarda roupa, me voltando para a leitura mais uma vez, porém minha mente não me dava descanso, eu não conseguia me concentrar no livro.
         Anoiteceu rapidamente, meu celular toca, era o meu pai, ele falava que não ia chegar cedo naquela noite e que eu teria que me virar com o jantar.
        - Como assim? É o seu primeiro dia na delegacia aqui e já estão te escravizando?
       - Desculpe querida, mas vou ter que ficar por aqui.
       Ele desliga o telefone. Eu desço em direção a cozinha e começo a preparar um macarrão instantâneo quando me assusto com bruscas batidas na porta.                                                           As batidas subitamente param. Eu decido ignorar mas mais uma vez alguém bate na porta bruscamente, fazendo com que a madeira trema, por alguma razão aquilo me assustava, eu peguei uma faca na gaveta e lentamente me dirigi a porta afim de ver do que se tratava.
         Me dirigi em direção à janela que ficava do lado da porta e olhei de relance, alguém estava sentado encostado na porta, quando eu vi algo que me chamou a atenção, os olhos daquela pessoa eram de um azul incrivelmente belo. Abri a porta e segurei o corpo dela, ela tremia muito e segurava o seu braço.
           - Desculpa... eu não podia recorrer a ninguém... – a garota de longos cabelos negros e olhos azuis falou, ofegante.
          - Tudo bem, não se preocupe, mas o que diabos aconteceu? – falei retirando a blusa de frio da garota cuidadosamente, quando vi o ferimento.
          O braço dela possuía um hematoma incrivelmente avermelhado e inchado, com certeza o braço dela estava quebrado. Peguei o telefone e liguei para o hospital.
          - O que você está fazendo? – ela pergunta.
         - Estou pedindo ajuda, o seu braço está quebrado, precisamos de um medico.
         - Ma-mas...
         - Nada de mas, eles já estão vindo.
         Eu olhei fixamente para ela, a imagem da boneca tomou conta da minha mente subitamente, era obvio que havia alguma relação com aquele acontecimento.
        Depois de irmos ao hospital levei a garota novamente para a sua casa.
         - O que foi que aconteceu com o seu braço? – perguntei.
         - Aqueles garotos... – ela falou abaixando a cabeça. – Aqueles garotos mascarados me jogaram no chão e bateram no meu braço com um pedaço de ferro.
        - Droga! E porque eles fizeram isso com você? – eu não conseguia entender o porquê de tanta covardia e brutalidade.
        - Eu não sei. – ela começa a chorar e me da um abraço. – Eu não sei.
         Eu correspondo ao abraço e sussurro no ouvido dela.
      - Não se preocupe, a partir de agora vou proteger você.
      Ela se silencia e sorri para mim.
      - Mas me diga uma coisa, qual é o seu nome?
      - O meu nome é Clara. – ela responde.
      - Prazer Clara. – eu dou um sorriso. – O meu nome é Laura.
       


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