sábado, 16 de novembro de 2013

O Colar

O Colar 


George é um pai amoroso e dedicado. Sua esposa se sente realizada em estar casada com ele. Sua filha Graça, uma adolescente de 15 anos, sabe que ele se esforça para dar o melhor para a família, mas, como gostaria que seu pai pudesse dar-lhe presentes, como faziam os pais de suas amigas da escola que tinham melhor condição financeira...


Um dia, ao chegar do trabalho, depois de mais um dia cansativo na empresa, George desmorona na poltrona e Denise, a esposa, nota algo em sua expressão e pergunta:

- Querido como foi seu dia? Com o pensamento longe, ele não responde.
- Querido... Que cara é essa? Denise estava preocupada, nunca o vira daquele jeito.
- Ameaçaram me demitir, diz ele voltando de seus pensamentos. Disseram que a empresa tem tido muitas despesas. Essa crise mundial tem afetado os negócios, e mesmo se eu continuar trabalhando, não terei aquele aumento, nem eu nem ninguém.
A voz de George era desanimada, quase um suspiro.

Era o fim. Denise o abraçou, na tentativa de mostrar-lhe que estava ali, ao seu lado e do seu lado, para o que der e vier.

23:hs. Alguém toca a campainha. Ao atender, George se depara com uma figura sinistra. Um homem muito alto, trajando terno cinza escuro, gravata preta, sobretudo preto e luvas, estava à sua porta, os olhos encobertos pela sombra da aba do chapéu, a cabeça ligeiramente inclinada para baixo, segurava alguma coisa numa das mãos. George nunca tinha visto uma figura assim antes.
O homem ergue a cabeça, mas a sombra da aba do chapéu continua a encobrir seu olhar. Com uma voz rouca e baixa o homem pergunta:

- Senhor George? É o Senhor. George?

- Sim, sou eu. O que o senhor deseja?
Em tom irônico e com um leve sorriso, o homem responde:

- Não, Senhor George, a pergunta é: o que o SENHOR deseja?
O homem falava calma e pausadamente.
- Se o senhor não explicar agora mesmo o que veio fazer em minha porta a essa hora, eu chamarei a policia!
- Calma, meu caro! Trago-lhe esta encomenda.
O homem entrega a George uma caixa. Era uma caixa preta, preta e aveludada, como aquelas caixas de joias.
- O que é isso? Quem mandou isso?

E o misterioso homem, com aquela fala rouca, baixa e pausada, responde:

- Apenas aceite, Senhor George, é um presente, estamos atendendo ao seu pedido.

Disse isso e partiu, desaparecendo em meio às arvores da praça em frente.

Na mente de George giravam mil perguntas. De que pedido aquele homem estava falando? E como ele desapareceu daquele jeito, tão rápido, quase imperceptivelmente? Aquilo tudo era muito esquisito.
George tranca rapidamente a porta. A esposa, notando a demora do marido em voltar para o quarto, desce as escadas para ver o que o segurava tanto lá embaixo.
Denise o encontra examinando, um tanto desconfiado, aquela caixa preta envolta num laço muito bem feito. George conta o ocorrido à esposa e ela diz:
- Vamos logo com isso, abra! Tenho certeza de que não é nenhum atentado terrorista, complementa em tom de brincadeira.

Ao abrir a caixa, George se depara com um colar e um bilhete onde estava escrito: "de graça, para Graça".
George segurou a peça entre os dedos, examinando-a. A corrente era prateada, e tinha um ouroborus como pingente: uma serpente mordendo a própria cauda, dando forma circular ao objeto. A princípio, parecia o mesmo tipo de colar que tinha virado moda entre as meninas mais populares da escola, só que havia algo de diferente nele, tinha um aspecto antigo... George teve uma sensação estranha quando o tocou, mas logo se tranquilizou, imaginando que era um presente, uma brincadeira da família de Nanda, a melhor amiga de Graça, disse isso a sua esposa, que olhava espantada e maravilhada para o colar.
- Oh querido, que lindo! Nossa filha vai adorar! A família de Nanda sempre foi muito gentil conosco!
- É. Vamos deixar então perto da cama dela e vamos dormir, já está tarde.

George sentiu uma coisa no peito, uma angústia, antes de se deitar, uma espécie de pressentimento de que algo ruim estivesse por vir, algo que talvez tivesse a ver com aquele colar! Mas estava tão cansado que logo adormeceu.
No dia seguinte, logo ao acordar, Graça percebe um brilho ao seu lado. Meio sonolenta ainda ela pisca os olhos, e então vê o colar... Brilhando sob o efeito dos raios solares que entravam pela janela. Muito brilho, brilho prateado, lindo!
- Papai,mamãe! Grita a garota descendo rapidamente as escadas em direção à cozinha.
- Que presente lindo! Que colar lindo! Foi você, papai?

Feliz em ver o brilho no olhar de sua filha, embelezado pelo brilho do colar, George se rende ao prazer de ser “ele” a fazer sua querida Graça feliz e assume a autoria do presente.
- Obrigada Papai! Vou usá-lo hoje para ir à escola, todas as minhas colegas irão morrer de inveja porque o meu é o mais lindo e sofisticado!

Sorridente, o pai diz:
- Calma filha, não foi pra isso que lhe dei o colar e sim pra você ficar com esse sorriso que estou vendo agora. Venha cá.
Ele a abraça.
- Te amo, minha filha... Use seu colar e seja feliz, mas não se esqueça dos nossos valores morais.

Nesse exato instante, os olhos da serpente que dava forma ao pingente do colar brilharam, um brilho rápido, imperceptível...

A menina sai para a escola, George para o trabalho, ele que nem sabe por quanto tempo mais trabalhará naquela empresa, e Denise vai cuidar dos afazeres domésticos. Um dia típico, normal, até que...

10:30 da manhã. O telefone toca. Era a diretora da escola de Graça. Parecia estar muito nervosa e solicitou a presença de Denise com urgência.
Denise, apreensiva e sem imaginar o que poderia ter acontecido, uma vez que nunca havia sido chamada à escola antes, ao menos não com aquele tom de voz da diretora Vanice, sai às pressas, toma um táxi e segue a caminho da escola.
Ela jamais poderia imaginar a situação em que se encontrava sua filha.

Graça era uma moça comportada, muitíssimo educada, daquelas que sempre dizem "bom dia”, “obrigada”, ”com licença". Era a mais pobrezinha de suas colegas e por isso era vítima de muitas humilhações, mas ela deixava para lá, procurava por em prática o que seus pais sempre lhe ensinaram:"nunca revide, procure as autoridades da escola, não xingue, nada de palavrões, isso a tornará igual às pessoas que te machucam, seja gentil e bondosa com todos, mesmo com os que te agridem, assim eles poderão mudar" . Graça sempre se lembrava disso. E sua amiga Nanda sempre lhe deu apoio para praticar esses princípios. Apesar de ter uma condição financeira melhor, Nanda, uma garota de 14 anos, magra, ruiva de olhos castanhos e pele muito branca, nunca adotou a soberba.
Quando chegou à sala da direção, Denise ficou chocada, a filha estava sentada de pernas cruzadas, as coxas à mostra, mascando um cliclet, a expressão facial cínica e fazendo pouco do desagrado da diretora e do espanto da mãe .
Vanice contou à Denise o que tinha acontecido: quando as três garotas mais ricas da escola tentaram humilhar Graça, como de costume, com palavras que a rebaixavam e ridicularizavam o colar que ela estava usando, inesperadamente Graça não só disparou palavras piores que as palavras que lhe foram dirigidas como conseguiu dominar as garotas uma por uma, e com uma habilidade de domínio de luta jamais vista entre as atletas da escola, Graça conseguiu deixá-las muito, mas muito machucadas! Depois disso, encurtou mais a saia do uniforme e saiu, andando como se desfilasse em uma passarela, jogou a cabeleira para o lado, e ao passar por um garoto que estava parado no corredor e que tinha presenciado toda a cena, paralisado, assustado, parou em frente a ele e beijou-o na boca, tirando-lhe o chiclet, e continuou seu “desfile” pelo corredor em direção à sala de aula, cheia de si, dona da situação.
Denise estava petrificada!

Em casa, o diálogo:
- Filha, o que houve? Por que você está se comportando desse jeito?
- Ah mãe! Cansei de ser capacho, hoje eu me enxergo melhor, percebi o quanto sou inteligente, forte, linda, e nunca mais permitirei que as "senhoritas populares" me rebaixem novamente, hoje mostrei a elas do que eu sou capaz, e de agora em diante serei outra pessoa! Relaxa. Bom, agora vou me arrumar, tenho um compromisso com as meninas da rua de baixo.

Denise chora, senta, cala-se, fica pensativa, não sabe se liga para o marido ou se espera ele chegar, afinal as coisas no trabalho dele também não andam muito boas.

Meia hora depois, Graça desce as escadas, vestida de preto, maquiada, perfumada, toda sensual. O colar sempre brilhando, ela não o tiraria mais, em seu íntimo, sentia que aquele colar havia lhe dado autoestima e segurança.
Avançava para a porta quando Denise lhe segura o braço com força de mãe e diz:
- Você não vai sair assim. Vai esperar seu pai chegar para resolvermos esse seu comportamento repentino!
Puxando bruscamente o braço Graça responde:
- Vocês são culpados por todas as humilhações que passei, agora eu vou viver! Me deixem em paz! Vocês e suas moralidades que me enfraqueceram!

E Denise não consegue mantê-la sob sua autoridade.

George chega do trabalho. Denise, nervosa e terrivelmente frustrada, conta-lhe tudo.

Horas mais tarde, Graça chega num carro preto cheio de rapazes e com as garotas da rua de baixo, que sempre tiveram fama de arruaceiras e de “garotas de todos os garotos”... Estavam todos embriagados e continuavam bebendo. Graça parecia a mais popular agora!
Assim que ela entra, seu pai tenta conversar com ela, tenta saber o que está acontecendo, por que ela está desse jeito. Ele não tinha lá muito pulso firme, tinha mais preocupação. Na verdade, nunca precisou ter pulso firme com a filha.
Graça simplesmente responde:
- Sou popular, meu pai! Você mesmo disse um dia que eu seria, e esse dia chegou!
E subiu para o seu quarto, deixando seus pais perplexos e atônitos.

Os dias se passavam, Graça nem via mais a amiga Nanda, já que os pais de Nanda estavam sabendo do comportamento de Graça e de seus novos amigos.
Graça não ia mais à escola, quase nem aparecia mais em casa.Tinha se tornado o que os jovens ali chamavam de “furacão”! Todos os dias: boates, cigarros, rapazes, bebidas e drogas.
Onze dias se passaram nessa angustia para os pais de Graça.

22:45 de uma sexta feira. George está em casa, só, no sofá, pensando e tentando entender o que estava acontecendo, o que havia de errado com Graça (Denise tinha ido à casa da mãe, conversar com ela, desabafar), então ele se lembra do que o homem que lhe deu o presente disse: "estamos apenas atendendo ao seu pedido".
George se lembra de que um dia resmungou em voz baixa, mas de coração, que gostaria de dar para Graça um colar daqueles que suas colegas tinham, só para vê-la feliz, a qualquer custo.
Então ele percebe tudo, e em seu desespero, ele grita:"eu não quero mais isso, eu quero minha filha de volta!"
23:00hs. A campainha toca. Era o homem, aquele mesmo homem sinistro que lhe entregou a caixa preta e aveludada.
- Insatisfeito com a realização do seu desejo, Sr.George?
-Diga-me agora mesmo quem você é e o que fez à minha filhinha!
- Senhor George, eu sou apenas um enviado, meus senhores são atendentes de desejos. Quando estes são angustiantes devido à impossibilidade e se aqueles que desejam com muita vontade são dignos de tal, eles os atendem. Eles ouviram seu desejo a respeito de sua filha, e o consideraram digno de tê-lo realizado.
A voz do homem era a mesma de quando veio entregar o colar, rouca, baixa e pausada.
- E como faço para desfazer isso? Existe um meio? Não quero ver minha filha, antes tão graciosa, estragada desse jeito!
- O homem , desta vez, ergueu a cabeça e encarou George, olhou-o nos olhos, um olhar firme e desafiador, e seus olhos eram negros como a noite em que ele chegou a primeira vez, e disse:
- Meus senhores lembram-se bem de cada detalhe de seu desejo Sr.George. O senhor desejou: "a qualquer custo"
Então,quando aquele homem misterioso lhe disse o que poderia ser feito e o que aconteceria, George se desesperou...
- Não pode ser! Isso não pode ser verdade! Isso tudo é um pesadelo! Só pode ser um pesadelo!
- Senhor George, não tenho muito tempo... Decida-se.
George estendeu-lhe a mão e com um suspiro profundo selou o acordo.
Foi-lhe dito que deveria fazer a menina livrar-se do colar. Se não conseguisse assim fazer, que se apoderasse dele enquanto ela estivesse dormindo.

Numa certa noite, Graça chega em casa, embriagada, como tinha sido naquelas últimas semanas.
1:00 da madrugada. Na cama, em seu quarto, George percebe que Graça acabara de chegar. Ele sabia que não conseguiria fazer com que ela mesma retirasse o colar, então, resolveu esperar ela dormir para fazer o que tinha que ser feito.
Assim acontecendo, ele entra no quarto da menina, devagar e sem fazer qualquer ruído, e se aproxima da cama, a menina dormia em sono profundo. Emocionado, deixa escorrer as lágrimas que estavam em seus olhos, enquanto retira, com todo o cuidado, o colar do pescoço da filha.
No momento em que é retirado do pescoço de Graça, o colar irradia um brilho, rápido, mas muito forte. A respiração da menina se altera, e ela solta um suspiro, como se algo tivesse saído de dentro dela, algo como... sua alma..
Estava feito! Agora era só voltar a dormir e ver se no dia seguinte ela voltaria a se levantar doce e meiga como sempre foi.

E assim se deu. No dia seguinte Graça acorda lembrando-se do que fizera, de seu comportamento rebelde, mas sem nenhuma vontade de agir mais assim.
No café da manhã, envergonhada,ela pede desculpas a seus pais. Ela não queria ir á escola naquele dia, queria ficar em casa descansando. Ligou para Nanda, explicou-lhe que voltara a ser como antes, que tinha se desligado daquela turma, que tudo voltara ao normal.

Quanto ao colar, Graça nem perguntou por ele. George o tinha jogado no lago do parque.

Passaram-se oito anos. Toda aquela situação agora é coisa do passado.Tudo estava indo bem, todos estavam felizes, pois Graça, agora com 23 anos,estava na faculdade, tinha um namorado, um bom rapaz chamado Dody.
Nanda ainda é sua melhor amiga. E George ... Nem se lembra mais do trato que tinha feito com aquele homem...
Era como se tudo tivesse sido um pesadelo, apenas um terrível pesadelo..
Ah,sim! O emprego? Estava indo bem. A situação mudou, George tinha tido uma grande ideia e a ofereceu a seu chefe, que gostou, tentou, deu certo, a empresa ganhou muito com isso, e George foi promovido!

Era domingo. Todos estavam reunidos para o almoço, George, Denise, Nanda Dody e Graça, George e Denise muito felizes!
À noite George tem um pesadelo. Neste, o homem misterioso aparece dizendo-lhe: “Chegou o dia, Sr. George, meus senhores mandaram-me para concluir o que combinamos há oito anos atrás.” .
George dá um grito desesperado e aterrorizante, como se uma faca estivesse entrando em seu peito!
Acordando assustada, Denise diz:
- Querido, calma! Foi só um pesadelo! Nossa,como você está suado!"
Graça aparece no quarto.
- Pai,está tudo bem?
George olha para ela como se fosse a ultima vez , a chama para mais perto dele, a abraça e diz:
- Minha menina, como eu te amo!
Sua esposa lhe dá um copo com água. George se acalma, todos voltam a dormir.
Mas, antes de dormir,George se lembra do trato, a voz do homem era um eco em sua cabeça:
"Sua filha voltará a ser como antes, mas saiba que o colar agora está ligado à sua alma. Quando a garota completar 23 anos, sua vida terminará, e a energia do colar que ainda estará nela voltará para meus senhores. Até lá,vocês terão uma vida normal!
George havia se esquecido de tudo isso com o passar do tempo.
Nada de estranho tinha acontecido até então. E ele achou que nada aconteceria,
que não tinha com o que se preocupar, estava tudo indo bem.
No dia seguinte a esse pesadelo, George decidiu não ir trabalhar. Achou melhor passar o dia em casa, com a família.
Sempre tenso e pensativo, ele se assusta quando Graça dá um grito.
Correndo em direção às escadas, e aterrorizado, ele diz um alto "não!"
Mas era só uma barata que estava na parede do banheiro que assustou Graça. "Que alivio!" diz George.
Graça ri e diz:
-Pai, como o senhor está tenso ! Precisa relaxar mais. Parece até que eu estava morrendo!...
E cai em gargalhadas.

O dia passou. Nada de diferente aconteceu. George começou a pensar que estava preocupado à toa, que se deixara ficar tenso por um pesadelo apenas.

Todos foram dormir.
Um beijo de boa noite e sua filha adormece como um anjo!
Mais tranquilo, George vai para a cama.
Quando o relógio chega às 00:23hs, George sente um frio muito forte.
Um arrepio! Levanta-se rapidamente e vai até o quarto da filha.
Ela parece estar bem...

Pela manhã, todos descem para o café. Todos menos Graça.
George começa a estranhar. Denise sobe para acorda-la.
Dody toca a campainha,veio buscar Graça para irem à faculdade. Nanda está com ele.
De repente, todos ouvem um grito assustador!
George estava abrindo a porta para Dody e Nanda nesse momento.
Ele olha para trás, deixa os dois na porta e sobe correndo as escadas!
O coração dele batia muito forte e acelerado, enquanto processava em seu pensamento as palavras: "não pode ser verdade,não pode!"
Mas era. Chegando no quarto de Graça, a triste cena.
Denise debruçada sobre sua filha que já estava com o corpo frio e pálido!

Aos prantos, e sabendo o que havia acontecido, George dispara do quarto,
deixando Nanda e Dody chorando muito e abraçando Denise.
Ele corre até o lago, mergulha, procura desesperadamente pelo colar.
Até que o encontra, sujo, sem brilho, sem vida. Mas George o quer assim mesmo!

Aperta o colar na mão, volta para casa, molhado até os ossos sobe as escadas, e tenta num ato de desespero, colocá-lo de volta no pescoço de Graça.

-Vamos querida volte,volte por favor!...

Olhando para o alto, sem saber exatamente para onde ou para quem, ele grita:
-Eu coloquei de volta o colar, eles não estavam ligados?! Façam ela voltar agora mesmo! Eu a aceito do jeito que vier! Faço outro trato, levem a mim, por favor, minha filha não! Meu Deus o que eu fiz?
George chorava. Ninguém estava entendendo nada, Denise, Dody e Nanda estavam atônitos com a cena de George colocando o colar em Graça, mas também não se atreveram a questionar. Todos têm sua própria reação diante da morte de um ente querido.
E estavam todos sofrendo.

Mas George estava sofrendo mais. Todos notaram que ele se culpava pela morte repentina e misteriosa da filha...

É que George sabia, ela não tinha “morrido misteriosamente”, nem “de repente”. A energia vital de Graça se esgotou, conforme lhe foi dito que aconteceria. )
Foi o trato, ele e o homem apertaram as mãos.

Não tinha mais volta
Aperto de mão, pacto selado!

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