sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Espelho_ Fim.


- Não é possível! – a criatura olha para Sara, seu corpo tremia de medo. – Você estava morta! Morta!
      - Você estava errada. Eu nunca morri. Na verdade eu estava em coma, e por causa do efeito de sua magia negra eu não pude me recuperar tão rápido, mas agora... – Sara levanta sua mão direita lentamente em direção à criatura. – agora eu estou de volta, e tenho algo a fazer. – pequenos cacos de vidro saem da mão de Sara e flutuam em direção a criatura, o desespero paralisa o corpo da aberração e quando ela nota, os cacos já estavam penetrando em sua pele, fazendo com que seu sangue escorresse pelo chão do porão.
      - Por quê?...
      - Você brincou com o desconhecido, o usou ao seu favor para satisfazer seus caprichos, caprichos estes que causaram dor a diversas pessoas, famílias foram destruídas por sua causa. Mas a magia tem um preço, e ele me escolheu para cobrá-lo.
      - Ele?
      - Sim... o Espelho.
      Sara fecha suas mãos bruscamente e os pedaços de vidro que se encontravam no interior do corpo da criatura se moveram violentamente, dilacerando o corpo daquele ser e espalhando seus pedaços pelo porão.
     - Sara... – Samuel não podia crer no que ele tinha acabado de ver. – Sara! – o rapaz se força a levantar e corre em direção da irmã, abraçando-a, sim, aquela era Sara, ele podia sentir.
    - Samuel, perdoe-me por tudo que aconteceu, eu queria impedi-la, eu juro! – ela disse abraçando-o de volta.
     - Não se preocupe, não me importo com nada do que aconteceu, o importante é que tudo teve um fim! Finalmente as coisas irão voltar a serem como antes! Vamos! Vamos para casa!
    Sara abaixa a cabeça, Samuel nota que ela estava triste por alguma razão.
    - Não Samuel, nada será como antes. Os corpos daqueles que me fizeram mal possuem minhas digitais, logo a policia virá a minha procura. Eu não posso viver mais aqui, tenho que fugir.
     Tais palavras fizeram Samuel cair na real, desde o desaparecimento de Sara as coisas nunca mais poderiam voltar a ser como antes.
     - Eu queria ficar com vocês pelo resto da minha vida, queria viver novamente momentos felizes, mas se eu ficar aqui nossa família nunca mais terá paz. – Sara da um beijo na testa de Samuel, logo depois ela se vira para Carol. – Carol. – ela abraça a amiga. – Por favor, cuide de Samuel por mim.
      - Pode deixar. – Carol fala com lágrimas nos olhos.
      - Bom, eu já vou indo. – Sara anda em direção à porta do porão. – Quem sabe um dia a gente se encontre novamente? – Sara olha para o casal. – Eu amo vocês.
     Sara da um sorriso e sai do lugar. Samuel corre em direção a porta, mas ao olhar para o lado de fora nota que não havia ninguém nos corredores. Carol abraça o rapaz e o deixa chorar, por fim, quando as lagrimas se cessaram, Samuel da um beijo em Carol, pega na mão de sua namorada e vão em direção à saída do casarão. Ao passarem perto dos restos de Marcos, Samuel nota algo que chama sua atenção. Uma caixa de fósforos, a mesma que Marcos usara para apagar as provas do que fizera a Sara, ele pega o objeto e o acende, ateando fogo no casarão.
       O casal sai do casarão, enquanto as chamas consomem as terríveis lembranças que aquele lugar trazia, e com o tempo, a dor de ter passado por aqueles momentos se tornara apenas cinzas.
.................................................
         Duas crianças, ambas de cabelos negros e olhos azuis correm atrás de uma bola naquele campo verdejante, quando de repente uma das crianças chuta a bola para longe. Elas vão atrás do brinquedo e notam que uma linda jovem o pegara.
          - Obrigada moça! – a garotinha recebe o objeto da jovem.
          - De nada! – a jovem acaricia os cabelos das duas crianças.
       - Sara! Victor! Venham logo! O almoço já está pronto! – a voz da mãe das crianças faz com que elas corram em direção ao caminho de volta, antes de irem eles acenam para a moça, se despedindo. A moça acena de volta e da um sorriso.
          - Onde vocês estavam? – o homem pergunta aos seus filhos.
          - Estávamos procurando a nossa bola, sorte que aquela moça de cabelos negros e olhos azuis pegou ela pra gente! Sabe papai, até que ela parecia com você!
           O homem se levanta e corre em direção ao local onde as crianças disseram ter visto a moça, mas ao chegar lá não nada além de um pedaço de espelho.


Fim.

         

Nenhum comentário:

Postar um comentário