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Então vamos começar pela anfitriã. – Abel aponta para Laís, uma garota loira e
de cabelos cumpridos, uma típica patricinha que estava enchendo a cara e dando
uns pegas em um típico mauricinho que usa esteroides. – Laís era a melhor amiga
de Rebeca, ou melhor, sua fiel seguidora. O cara que ela está engolindo é
Gabriel, ex-namorado de Rebeca e, como você pode perceber, o atual namorado de
Laís.
Seguidora invejosa que deseja matar a
amiga pra tomar seu lugar? Não, muito clichê além de eles não parecerem tão
espertos a ponto de planejar um assassinato.
- Aquele outro casal ali, a outra loira e o
cara de cabelo castanho que também estão se pegando são Bárbara e Matheus,
melhores amigos do casal mais popular da escola.
Os melhores amigos pareciam cópias exatas do
casal popular, chegava a ser um pouco assustador o tamanho da ignorância e
aceitação da alienação naquela cidade.
- Aquele que está fumando um baseado e
bebendo loucamente é o Nicolas, irmão de Rebeca. Ele até que era legal, mas
virou “isso” depois da perda.
De certa forma até que eu entendia o porquê
de Nicolas agir daquela forma, quando perdemos alguém a dor é insuportável, e
alguns, depois que sentem tal dor, acabam escolhendo caminhos nada saldáveis
para tentar amenizá-la, sorte que eu fui pelo caminho certo apesar de ainda
sentir a tal vazio no peito.
- E por ultimo, aquele ali. – Abel aponta
para um garoto de cabelos negros e arrepiados que estava cercado por garotas. –
Ele se chama Marcelo.
- Tudo bem, entendo a ligação de Laís,
Gabriel, Bárbara e Matheus, que eram seguidores de Rebeca, Nicolas era o irmão,
mas e esse tal de Marcelo? Qual é a ligação que ele tem com ela? – pergunto.
- Acredite se quiser, mas este cara era o
mais humilhado da escola, Rebeca tornava a vida de todos um inferno, mas este
cara ai era o que mais sofria nas mãos dela.
Rebeca era uma vadia psicótica, isso eu
entendia, mas porque ela queria matar Clara? E o que mais importava, quem eram
os mascarados? Eu tinha na minha frente seis pessoas, todas ligadas a Rebeca,
os mascarados, se eu minhas teorias estivessem certas, também são os assassinos
de Rebeca, isso acaba descartando um dos meus suspeitos, no caso Nicolas já
estava fora da minha lista, restando os antigos seguidores dela. O que me
levava a pensar que a suspeita principal era Laís, e só tinha uma forma de
descobrir se eu estava no caminho certo.
- Com licença, eu vou ao banheiro. – disse
para Abel.
Segui pelo corredor abrindo as portas de cada
quarto, na ultima porta me deparei com o que parecia ser o quarto de Laís, abri
a porta e me deparei com dois adolescentes na cama seminus e se beijando.
- Desculpa pessoal, mas acho melhor vocês
saírem daqui, eu estou quase... quase vomitando e... – corri em direção à cama
e fingi estar quase vomitando, os dois saíram de lá da forma que estavam, me
deixando sozinha no quarto.
Comecei a abrir gavetas, olhar no guarda
roupa e por fim fui olhar debaixo da cama, quando meus olhos se abrem diante da
surpresa. Uma caixa preta, exatamente igual às duas que eu tinha recebido,
estava posta ali. Peguei a caixa e a abri rapidamente, me deparando com várias
fotos. Nelas um grupo de jovens estava pousando para fotos, felizes, quatro
deles podiam ser identificados, eram Laís, Bárbara, Matheus e Gabriel, mas uma
das jovens, a jovem que aparecia no centro de cada foto, não podia ser
identificada, pois alguém tinha rabiscado bruscamente sua face.
Eu me perguntava se aquelas eram provas
suficientes para eu ter certeza que um dos mascarados era Laís. Espalhei as
fotos pelo chão e tirei algumas fotos com meu celular. Passos podiam ser
ouvidos, a maçaneta da porta se move, eu me desespero e empurro toda a bagunça
para debaixo da cama, me enfiando para debaixo dela logo em seguida. Três
pessoas entraram no quarto.
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