Vou iniciar
amanha uma campanha, e conto com o apoio dos cidadãos de bom gosto desse país.
Comecei minha saga contra a produção de pepinos. Como alguém com o mínimo de
cérebro pode gostar dessa porcaria? Um legume horrível, que nada acrescenta ao
paladar da família brasileira. Não podemos deixar meus amigos, que o mau gosto
invada nossas cozinhas. Por um Brasil livre de pepinos. Acorda meu povo! Como
cheguei à conclusão que pepino é tão ruim assim? Ora, mas que obviedade! Eu
detesto pepinos! E se eu, no alto do meu bom gosto, eu não gosto, é porque não
presta. Ponto final. E todos os simpatizantes desse legume são apedeutas que
devem ser veemente combatidos.
Acredito que muitos que se prestaram a ler o parágrafo
anterior se perguntaram como pude escrever algo tão idiota. O fato de eu não
gostar de um legume necessariamente significa que ele é ruim? Muito bem,
releiam então o parágrafo trocando ‘pepino’ por ‘Big Brother Brasil’. Assim o
texto ganha uma cara intelectual, merecedor de muitas curtidas e
compartilhamentos. Simplesmente pelo fato de criticar um programa que no meu
julgamento é ruim. Como o pepino.
Realmente detesto pepinos e BBB. Isso não torna nenhum dos
dois ruins. Apenas são coisas que eu, no meu julgamento, não considero boas. Prefiro
uma salada de tomates á pepinos. Prefiro outro tipo de entretenimento que BBB.
Apenas isso. O mesmo vale para o funk carioca. Não me agrada (Nem um pouco) esse
estilo musical. Então o que faço? Não ouço funk, não tenho funk no meu pen
drive, não frequento lugares que toca funk. O que não me torna pior, ou melhor,
do que quem gosta. “Ah, mas e aqueles filhos da puta que ouvem funk no carro as
03:00 da manhã no último volume?” Isso nada tem a ver com o estilo musical, e
sim com educação.
Existe o meu gosto e o mau gosto. Por mau gosto defini-se
tudo que EU não gosto. E ai, podemos estender o leque para cores, times de
futebol, religiões... Notem ai outro paradoxo: Uma das principais criticas ao
BBB é que é um entretenimento inútil, que nada acrescenta a cultura das
pessoas. E o que acrescenta a cultura o futebol? E a novela? E os seriados
estadunidenses? E o programa policial? O problema não está em assistir o BBB, o
problema está em assistir somente o BBB. Como todos os outros tipos de programa
citados. A coisa é que o BBB é da Globo. E virou um certo senso comum atacar a
Globo.
“O que? Você agora defende a Globo?” Evidente que não! Que as Organizações Globo detém
praticamente o monopólio da comunicação brasileira é uma realidade
inquestionável. O poder de penetração da Globo em quase 100% do território
nacional a torna um quarto poder na República e a sua capacidade de manipular a
opinião pública atendendo aos interesses das nefastas oligarquias que mandam e desmandam
nesses pais desde 1889 pode ser constatado no documentário “Muito Além do
Cidadão Kane”, produzido pela rede BBC em 1993.
Agora,
também é uma realidade que já virou modinha atacar a Globo. Meses atrás,
fizeram um baita estardalhaço em cima de uma falha da abertura do Jornal
Nacional. Uma falha grotesca, claro. Porém, muito menos grave do que um certo
âncora da Bandeirantes, famoso por entregar colegas jornalistas ao CCC (Comando
de Caça aos Comunistas) na época do regime militar, que fora flagrado fora do
ar ridicularizando os cumprimentos de Natal de um homem pelo fato de ser um
gari: “Que merda; um gari desejando feliz ano-novo. Um gari!” E não houve tanta
repercussão assim. Todo ano, em janeiro é a mesma coisa: o Big Brother
Brasil vira o alvo das tijoladas. A mim, em
nada incomoda o BBB sabem por quê? Porque eu não assisto! No máximo as quartas
feiras, antes de começar o futebol, vejo o finalzinho do programa. E
sinceramente, não vejo esse terror todo no programa. È um programa fútil, como
existem dezenas de outros na televisão. Não acho que alguém será mais ou menos
inteligente por assistir o citado reality show. Eu por exemplo, sou apaixonado
pelo já citado futebol. Um entretenimento tão alienante quanto.
Isso não
muda em nada o que penso da Rede Globo. A maior e mais poderosa arma das
grandes oligarquias. Tudo que é bom para a Globo é ruim para o Brasil, não
tenho dúvidas. Mas reparem que 90% dos que bradam criticas contra a Globo
repetem exatamente o discurso pregado por eles. É dessa hipocrisia que me
refiro. O sujeito vem publicamente achincalhar a Rede dos Marinhos e defende o
mesmo lado da emissora, as mesmas ideias, os mesmos princípios. Assistir ou não
o BBB é inócuo. O problema mesmo está em assistir o Jornal Nacional. Esse sim é
muito mais perigoso.
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